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De Ouro Preto a Diamantina: alunos de Ouro Preto realizam trabalho de campo

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Ouro Preto – Belo Horizonte – Sete Lagoas – Cordisburgo – Diamantina foi o trajeto percorrido por estudantes do quinto período do curso de licenciatura em Geografia do Campus Ouro Preto para a realização de trabalho de campo. A atividade, coordenada pelos professores Venilson Fonseca e Elizêne Ribeiro, buscou aliar alguns dos principais fundamentos das disciplinas Teoria e Métodos em Geografia e Pedologia.

A proposta foi desenvolver técnicas convencionalmente utilizadas em pesquisas acadêmicas. Dessa forma, optou-se por desenvolver técnicas de entrevista e aplicação de questionários, técnicas de pesquisa em pedologia, em biogeografia e produção de audiovisual como metodologia didática. O trabalho de campo foi realizado no final de 2015, mas a atividade ainda vem sendo trabalhada pelos alunos e professores.

 

O trajeto

O trajeto escolhido deveu-se a sua estrutura geológica e geomorfológica. “Do ponto de vista geológico, o Quadrilátero Ferrífero está inserido no limite meridional do Cráton do São Francisco, consistindo em uma das mais importantes províncias minerais do Brasil. Possui algumas rochas muito antigas, geralmente, terrenos com idades que variam entre 3,28 e 2,61 bilhões de anos”, explica Venilson.

Ele conta que a viagem permitiu aos alunos perceber, ao menos, três formações geológicas e de solos distintos entre si, com possibilidades reais de aplicação de técnicas de pesquisa em Geografia. Em Sete Lagoas ocorrem afloramentos de calcário, típica rocha sedimentar, bastante diferente das rochas observadas em Ouro Preto. Em Cordisburgo, por sua vez, foi possível observar a presença da vereda, um tipo de vegetação com a palmeira arbórea conhecida como buriti. Já na região da Serra do Espinhaço, próximo a Diamantina, a presença de quartzitos em profusão foi um dos destaques. Ao chegar em Diamantina, os alunos do IFMG ainda puderam acompanhar a aula de campo do professor Fábio Soares, da UFMG, na área rural de Gouveia.

 

Resultados


Todo o trabalho foi registrado em vídeo, pelos próprios estudantes, desde o planejamento da atividade até a realização do campo em si, o que possibilitará a produção de um vídeo educativo, a ser disponibilizado em breve.

Além disso, os alunos estão finalizando o preparo de um pedocomparador. “Trata-se de um recurso didático: são coletadas diversas amostras do solo, que são organizadas em algum recipiente ou estrutura. É possível colocar até um perfil inteiro do solo, para que sejam observadas as suas camadas”, explica Elizêne.  O pedocomparador, cujas amostras poderão ser utilizadas em outras disciplinas, será exposto na biblioteca do campus. Segundo a professora, a ideia é despertar a curiosidade dos alunos do ensino médio, chamando a atenção tanto para a disciplina de Geografia, quanto para o próprio curso de licenciatura.

Para Venilson, a riqueza do trabalho está focalizada no processo de produzir colaborativamente uma atividade por parte dos estudantes e não no resultado em si. “Os graduandos foram chamados a criar, desenvolver e executar o trabalho de campo. Isso vai ao encontro daquilo que acredito enquanto processo educativo e formador: o saber é construído coletivamente e não simplesmente transmitido, como se fosse um download”, afirma.

Segundo Elizêne, durante todo o campo, além das técnicas, foram abordados os aspectos socioeconômicos de cada região, tais como questões econômicas e o tipo de exploração que já ocorreu no local. “Para a Geografia, não interessa somente os aspectos físicos e químicos, mas o estudo dentro de um contexto”, ressalta.

Ela também avalia o trabalho positivamente: “Acho que a proposta foi alcançada. Quando os alunos tiveram que explicar para os demais a sua técnica, eles tiveram que desenvolver sua comunicação e didática, afinal, eles também precisaram preparar a aula que fariam em campo. Outro aspecto importante: durante o planejamento tínhamos acesso a vários recursos, como sensoriamento remoto, imagens de satélite e mapeamentos, mas os estudantes perceberam quanto o campo é insubstituível – um ganho para eles, que estão no processo inicial de pesquisa”.

 

Desafios e oportunidades

Confira depoimentos de alunos que participaram da atividade:

“Quando realizamos um campo, esperamos vivenciar o que aprendemos em sala, confrontar nossas dúvidas e adquirir e consolidar nossos conhecimentos. Entretanto, o que foi proposto nesse campo superou esta proposta. A ideia de os alunos ministrarem uma disciplina que os mesmos propuseram, elaboraram e aplicaram o campo não foi somente inovadora, mas desafiadora, pois confrontava as necessidades de se aplicar a docência para a qual estamos sendo preparados, nos estimulando a dar saltos e a assumir responsabilidades para que a proposta de fato funcionasse.” – Thiago Perona

“Meu grupo realizou o trabalho audiovisual. Foi um desafio, mas com certeza muito rico, pois além de aprendermos a utilizar programas novos, novos meios de educação que poderemos usar futuramente com nossos alunos, observamos como um único trabalho pode abranger diversos tipos de aprendizagem: os alunos que têm facilidade de escrever elaboram o roteiro, os que têm facilidade de visualizar filmam, os que têm facilidade de falar apresentam o vídeo; observam-se, então, as várias formas de aprendizagem que um único trabalho oferece.” – Sahara Joplin

“Nosso grupo trabalhou com entrevista e questionário. Tivemos a oportunidade de aplicar essas duas técnicas de pesquisa no próprio campus, desenvolvendo questões voltadas ao curso de Geografia. No decorrer do trabalho foi possível observar os pontos positivos e negativos na aplicação de ambos. Enfim, momentos em que todos puderam aprender com erros e acertos e hoje, com certeza, somos capazes de aplicar melhor as técnicas de pesquisas que nos foram propostas no decorrer de nossas vidas acadêmicas.” – Joyce Azevedo

(Fonte: Comunicação Campus Ouro Preto)


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