O Campus Governador Valadares recebeu, no início de abril, visita dos representantes das etnias Pataxós e Maxacalis para uma roda de conversa com estudantes e servidores. O evento faz parte das comemorações de aniversário dos seis anos do campus e do Abril Indígena. Também estiveram presentes representantes da Funai, da Sudene e da Prefeitura Municipal.
Durante o evento, os indígenas relataram aspectos relativos à cultura, idiomas e tradições de fé. Apontaram, ainda, as dificuldades de aceitação e interação social, a degradação ambiental e a consequente luta pela terra.
Segundo o líder Maxacali, o seu povo, que antigamente era considerado seminômade, sofre por causa do fim das matas e da escassez de peixes nos rios. Ele destacou que, até aproximadamente 11 anos de idade, as crianças são educadas no idioma Maxacali, o que ajuda a manter sua cultura tradicional.
Os representantes dos Pataxós relataram a importância das vestimentas e pinturas corporais dentro da cultura. Segundo os hábitos locais, aqueles que decidirem se casar com não indígenas não estão autorizados a voltar a viver na aldeia.
Para o representante do Idene, Márcio Rodrigues, que acompanhava os Maxacalis, esses eventos são fundamentais para que as pessoas conheçam as culturas indígenas da região. Segundo ele, “não é possível amar aquilo que não se conhece”, diz.
Segundo os organizadores, a roda de conversa com os representantes das etnias Pataxós e Maxacalis contribui para a construção de uma educação inclusiva, respeito à diversidade e valorização da pluralidade cultural. O evento contou com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do campus, que atua no desenvolvimento de ações afirmativas, na implantação do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena e na promoção de ações orientadas à temática das identidades e relações etnicorraciais.
(Fonte: Campus Governador Valadares)